Quarta Colônia (165)

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Quarta Colônia

  • Data de Publicação: 18 de dezembro de 2009



Especial Cidades & Cotidiano

A Paleontologia de perto

Na última edição falamos sobre o Paleo RS, reunião que reúne professores, alunos, pesquisadores, paleoartistas e interessados em Paleontologia, que neste ano aconteceu no Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica (Cappa), em São João do Polêsine, entre os dias 3 e 5 de dezembro. Conforme o prometido, o Caderno traz um pouco sobre o último - e aventurado - dia de evento. Confira:


Sábado, 05/12, 7h - Saindo de Santa Maria, rumo ao Cappa, Andrewes Koltermann, na oportunidade responsável pelas fotos da saída à campo para o reconhecimento de afloramentos fossilíferos, pergunta: “Será que a saída vai ser puxada?” “Melhor pararmos para comprar água, por via das dúvidas”, disse eu, Liana Merladete, com a missão de apurar as informações. Isso porque lembrei que o Itaqui, secretário executivo do Consórcio de Desenvolvimento Sustentável (Condesus) - que sempre nos leva à reflexão nas diversas páginas de número 2 que já tivemos - garantiu que tudo que precisava era substituir o salto pelo tênis e me manter hidratada.


Dito e feito - Já passava das 8h quando um ônibus escolar chegava para a alegria de um pessoal de diversas áreas do conhecimento quando o professor Átila Stock da Rosa, geólogo, professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e coordenador geral do evento, lembrou a todos sobre a importância da água. Mal sabia eu que tinha sido infeliz a ideia de levar, para duas pessoas, apenas um litro...


Orientação - O professor Átila, depois do ônibus partir, assumiu o posto de guia e passou o itinerário. Deveríamos conhecer um afloramento em Dona Francisca, popularmente chamado de “Posto de Gasolina” e a Linha São Luiz, em Faxinal do Soturno. Entre as cerca de 30 pessoas que estavam a caminho do reconhecimento destas maravilhas, um estudante com sotaque diferente comenta: “São lugares para literalmente abrir os olhos para o aprendizado. É uma oportunidade única”.


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O reconhecimento na prática.

Créditos: Andrewes Koltermann


Entendendo o assunto - O fato é que o estudante tinha razão. Na abertura do evento, Michel Godoy, Geólogo do Serviço Geológico do Brasil, explicou que na região da Quarta Colônia ocorrem sítios fossilíferos de grande importância científica e cultural. Os fósseis são do período Triássico, quando vários grupos de organismos terrestres surgiram. Eles dão informações de extremo valor para o conhecimento da origem dos dinossauros, dos mamíferos e das coníferas. “Difícil imaginar que aqui, onde estamos, viviam esses seres que vemos em filmes”, pensei quando já estávamos em Dona Francisca naquele dia de sol muito forte. Godoy, inclusive, contou que as rochas do Cretáceo Inferior são muito bem representadas, sendo testemunhos de um período importante da história geológica: a ruptura do Gonduana. “Assim, também ocorrem boas exposições de rochas do “deserto Botucatu” e do vulcanismo Serra Geral”, completou. Hoje, as comunidades locais estão mobilizadas, através do Condesus com vistas no desenvolvimento do parque paleontológico, com um centro de pesquisas (o Cappa) e três unidades museológicas locados em sítios fossilíferos da região. O Condesus também tem previsão para elaborar um anteprojeto de criação de um Geoparque, o qual será submetido à aprovação pela Unesco. Se aprovado, a Quarta Colônia terá o segundo Geoparque do Brasil.


Para celebrar - Depois de atolar um par de tênis novos no barro (além de ter passado por calor e sede), mas de cada segundo se fazer importante especialmente por perceber os representantes das instituições de ensino presentes e interagindo em prol da causa e de conferir procedimentos técnicos, a manhã foi finalizada com chave de ouro: o Cappa recebeu o seu primeiro fóssil. O professor Átila (à dir.) fez uma entrega simbólica ao Itaqui. O fóssil é de um Arcossauro e é a primeira vértebra que une o crânio ao resto do corpo. Para nós, uma experiência única e lição incomparável. Para vocês, a dica: valorizar a riqueza desta terra é fundamental.


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Créditos: Andrewes Koltermann


Pesquisa & Realidade

Mais que um evento

José Itaqui*


A Quarta Colônia é a expressão das interações históricas dos diferentes grupos formadores e que modelaram, com suas culturas, as paisagens e a construção de seus lugares de vida. E, destes lugares, o Vale Vêneto, como exemplo, tem sido cenário para o desenvolvimento de inúmeras atividades artísticas, culturais, educacionais, eventos, comemorações, encontros de famílias, de empresários e tudo isto tem contribuído com a economia local, valorizando estes lugares.

Waisman, Marina (1992) faz uma distinção entre os conceitos de espaço e de lugar. Para ela “o espaço permanece, indefinido, a espera da ação humana, criadora e modificadora, antes da qual não é se não um âmbito de possibilidades, um conjunto de potencialidades. Estas potencialidades não terão nunca idêntico desenvolvimento nos diferentes âmbitos, pois cada grupo humano modelará seu meio imprimindo-lhe um caráter próprio de acordo com a sua particular história cultural e suas expectativas. Assim surgirão os lugares, o lugar tem uma história e está qualificado por esta história”. E são estas marcas que configuram os produtos da ação de seus moradores no tempo e no espaço que são as fontes de vínculos e de relações de pertinência destes lugares tão especiais. Não importa a origem, o credo ou a idade: estas relações se dão através das manifestações materiais e simbólicas da cultura impressa nos ambientes que constitui cada lugar.

Das janelas do CAPPA se vê as várzeas do rio Soturno tomadas pelos verdes dos arrozais e, ao fundo, o Cerro Cumprido contrastando com o azul do céu. Aqui dentro, nas salas que abrigarão laboratórios, as discussões abordam características morfológicas, anatômicas, sistemas de mastigação, relações filogenéticas, aerodinâmica, métodos e tecnologias digitais, laser, tempo geológico, nêutrons para o estudo de material fóssil.... Na sala que abrigará o acervo bibliográfico, ainda vazia, recebeu uma exposição de paleoarte, pinturas e esculturas de animais do Triássico. Nos intervalos, para o almoço ou para o café, esses intricados assuntos não se estendem à anatomia do frango ou a sua classificação entre as aves. Os pratos típicos da região, risotos, bife a milanesa, a pizza do Primo, os bombons com recheio de banana da Brondani energizam as apresentações e mantém aceso um público seleto e atento as exposições de trabalhos.

O Encontro Anual de Paleontólogos do Rio Grande do Sul (PALEORS 2009), ocorrido de 03 a 05 de dezembro passado, não se realizou na Quarta Colônia devido a suas belezas cênicas, a gastronomia típica, a gente afável do lugar, os ritmos tranquilos da sua ruralidade, como tão pouco devido ao fato da região possuir importantes sítios fossilíferos. Mas qual foi então o motivo da realização de um evento com estas características na Quarta Colônia?

O primeiro é pelo fato da região não mais querer ser, simplesmente, uma mina de onde são retirados fósseis ou contentar-se em saber que esses achados têm contribuído com o conhecimento e o desenvolvimento da ciência. O fato concreto é que ter belas paisagens não é suficiente, possuir sítios fossilíferos reconhecidos internacionalmente tão pouco. Seguir sendo uma mina que possui referências únicas e que fazem parte do patrimônio dos brasileiros, da humanidade é, como dizia Antonio Isaia, “uma graça da natureza”. Graça maior ainda será se tivermos a competência para integrar este patrimônio no desenvolvimento regional da Quarta Colônia. Para que isto ocorra é imprescindível que se tenha, junto a nós, professores, alunos e pesquisadores desenvolvendo suas aulas e programas de pesquisas. E este já não é somente um desejo é uma ideia materializada em ferro, cal e cimento denominado Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia (CAPPA). Realidade que toma corpo com a construção de uma pequena parte, todavia não concluída, do projetado. Mesmo assim já começamos a colher frutos, o reconhecimento daqueles que serão os atores principais e que darão vida ao projeto Parques Paleontológicos Integrados da Quarta Colônia e que são os estudantes das áreas afins, os professores e cientistas de instituições públicas e privadas e da Sociedade Brasileira de Paleontologia (SBP).

A inclusão deste patrimônio no cotidiano da Quarta Colônia não muda ou nega a história construída. Muito ao contrário: qualifica, catalisa e energisa toda a sua riqueza natural e cultural e a projeta a um público muito mais amplo. Este reenquadramento, para que se materialize, exige, acima de tudo, a concentração de esforços na continuidade deste projeto estruturante e, paralelamente, a organização dos produtos de base turística e a formação de redes de prestadores de serviços que terão o papel de atender a um público consumidor exigente e que demanda serviços de qualidade.

Secretário Executivo do CONDESUS condensus@quartacolonia.com.b


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Créditos: Andrewes Koltermann


Quarta Colônia Viva

Vá preparando sua fantasia. Falta pouco para o Carnaval 2010

O domingo de Carnaval em 2010 será em 14 de fevereiro, mas há quem já esteja contando ansiosamente os dias que faltam para a folia. Enquanto foliões estão pensando na fantasia, blocos e entidades estão a mil por hora com os preparativos para que tudo saia como manda o figurino. Na Quarta Colônia não é diferente. O Carnaval na região é um dos eventos mais importantes do ano e por isso é produzido com muita antecedência. “A preparação do carnaval inicia com a avaliação do carnaval anterior, em torno de 30 dias após o enterro dos ossos”, relata o Professor Arnildo Wendling, presidente da Associação Vale do Jacuí Centro de Entidades Sociais (Avajaces).

Segundo os dados divulgados, no ano passado quase dezenove mil pessoas pularam Carnaval na Quarta Colônia, sendo que 9 mil eram membros de blocos. Bruno Soares, um dos coordenadores do Bloco Criado em Galpão, afirmou que a organização do Bloco está em pleno vapor e a camiseta está sendo votada. Com o lema “Brincar, pular, beijar, mas nunca brigar!”, o Bloco completará 10 anos em 2010 e Soares comentou a expectativa: “Esperamos que a festa do ano que vem entre para nossa história como o melhor carnaval de todos”, finaliza.


Informações sobre o Carnaval da Quarta Colônia: Telefone: (55) 32661277, (55) 32681116 ou pelo E-mail: avajaces@gmail.com


Avajaces

Em 30 de março de 1990, em Ivorá, foi criada a Associação Vale do Jacuí Centro de Entidades Sociais (Avajaces), com o objetivo de organizar o carnaval dos clubes situados nos municípios pertencentes à Quarta Colônia, para evitar a sobreposição de eventos e agrupar o público. A Avajaces vigora hoje com sete noites: Pré-Carnaval, sexta-feira, sábado, domingo de carnaval, segunda-feira, Pré-Enterro dos Ossos e Enterro dos Ossos.


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Segundo os dados divulgados, no ano passado quase dezenove mil pessoas pularam Carnaval na Quarta Colônia.

Créditos: Arquivo Avajaces


Em Ivorá tem

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Ivorá mantém na cidade a Casa da Cultura Alberto Pasqualini, buscando o resgate da memória de seu filho ilustre. A casa onde ele nasceu foi construída em 1896 e tombada na década de 1990 e, desde então, abriga a mobília e objetos pessoais do senador.


Falando em Ivorá, chegando ao município, localizado na Serra de São Martinho, não deixe de conhecer:


  • CASA DA CULTURA ALBERTO PASQUALINI Localizada na Av. Garibaldi, aberta das 7h30min às 11h30min e das 13h30min às 17h30min.
  • MOSTEIRO DOS MONGES CARTUXOS Localizado às margens da RS 348, distante 8km da sede. Tem na sua arquitetura o seu ponto forte de visitação, além de ser o único na América Latina.
  • MONUMENTO SÃO CRISTÓVÃO Localizado na RS 348, foi construído para homenagear todos os motoristas do município.
  • ABRIGO INDIGENA DO BARREIRO Sítio arqueológico com petroglifos nas paredes e no teto. Está situado a 7km da sede do município.
  • MONTE GRAPPA Com altitude de 520m e poeticamente denominado de Esfinge de Ivorá pelos mistérios que esconde ou talvez pelos laços nostálgicos que estabelece com a Pátria abandonada pelos imigrantes, o Monte é um ícone no município.


Bom de Garfo

A canjica é um doce típico da culinária brasileira. Embora seja consumida o ano inteiro, o pico de demanda por canjica ocorre no período das festas juninas. Entretanto, há quem diga, na Quarta Colônia, que a delícia pode ser uma importante fonte de energia para o período de festas de final de ano, quando a maioria das pessoas têm a agenda lotada e carrega todo o estresse do ano que está se despedindo. Para quem não sabe, o termo canjica vem do tupi-guarani (acaijic), um tipo de bolo dos índios elaborado com a farinha de milho ou milho verde ralado (abatiuí). Confira abaixo a dica de dona Ádima, de Vale Vêneto, em São João do Polêsine.


Canjica temperada

Ingredientes

  • 1 pacote de canjica
  • 1 vidro de leite de coco
  • 1 litro de leite
  • Cravo
  • Açúcar
  • 1 lata de leite condensado
  • Amendoim torrado


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Créditos: Divulgação


Modo de preparo:

Cozinhe a canjica na panela de pressão com um pouco de açúcar e uma porção de cravos. Depois de cozida a canjica, acrescente o leite e o leite condensado e cozinhe até ficar com um caldo grosso, mexendo sempre. Em seguida, acrescente o leite de coco e desligue. Sirva quente ou frio


Receita de Ádima Bortoluzzi, de Vale Vêneto


Acontece

Família Kluge promove encontro em Agudo

No domingo, dia 13, na Picada do Rio, município de Agudo, aconteceu o 1º Encontro da Família Kluge, em comemoração aos 150 anos da chegada dos pioneiros Karl Friedrich Otto Kluge e sua esposa Emma Ottilie Heinrich Kluge ao Brasil. O casal veio da Alemanha com as duas filhas, Ida e Flora, e um filho, Richard. Willy Kluge é um dos bisnetos de Richard e conta: “Ele foi professor estadual na época e foi homenageado pelos seus 40 anos de trabalho no magistério. E eu tenho muito orgulho em ser descendente dele”.

O almoço reuniu cerca de 45 pessoas, vindas de Horizontina, Barra do Quaraí, Sobradinho e São Leopoldo. Foram expostas fotos e documentos antigos. “Um grande interesse foi despertado nos descendentes, foi um mergulho no passado”, relata Willy. A previsão dos organizadores é de que haja outra edição do evento em 2010.


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Passado e presente: Família Kluge se encontra em Agudo e comemora sua história.

Créditos: Arquivo pessoal


Visita ilustre

De 19 a 23 de dezembro, a Quarta Colônia irá receber o diretor da Reserva Geológica de Digne-les-Bains, Provença-França, o senhor Hervé Jacquemin. A visita tem por objetivo conhecer os projetos Parques Paleontológicos Integrados da Quarta Colônia e o Geoparque Quarta Colônia. Na oportunidade, estarão presentes os prefeitos membros do Conselho do Condesus, geólogos e paleontólogos convidados para acompanhar a visita a sítios de Restinga Seca, São João do Polêsine, Faxinal do Soturno, Dona Francisca e Agudo.


Agenda

Para prestigiar

  • A programação na Quarta Colônia para os próximos dias é cheia. Em Dona Francisca acontece hoje (18), o encerramento das Serenatas Natalinas na Praça José Iop.
  • Já em Faxinal do Soturno, no domingo (20), é a vez do Natal Canto e Luz.
  • Em Agudo, é o Natal de Luz que deverá chamar a atenção. A atração tem continuidade hoje às 19h30min, na Escola Kinderwelt. Logo mais, às 20h está programado o encerramento das atividades artísticas de 2009, na Praça da Emancipação.
  • Em Pinhal Grande também tem festa. Dia 20 acontece na cidade o Show Cultural Natalino.
  • Domingo também tem programação em Polêsine. Os olhos ficam voltados para a Caravana do Papai Noel, que estará na Linha do Monte, Nova Vila São Lucas, Vila São Lucas (Salão comunitário), Casa das Irmãs e Praça da Matriz, a partir das 19h30min.
  • Nova Palma não fica de fora. Hoje, a partir das 20h, tem Caravana de Natal na Praça Central.