GR2 Gestão de Resíduos
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Do compromisso conjunto, uma atitude responsável
Desperdício, resíduos e descaso. Esses e outros tantos problemas ambientais afetam o município de Santa Maria, Brasil e mundo
Impacto ambiental. Dadas as condições atuais que a conjuntura internacional vive acerca do meio ambiente nunca se ouviu falar tanto nessa expressão. A preocupação com as gerações futuras não significa apenas hoje uma questão de garantia financeira e/ou estabilidade emocional aos descendentes das milhares de famílias que habitam o planeta terra, mas uma questão de sobrevivência.
Garantir condições de vida às gerações futuras é o foco de discussões em âmbito acadêmico, profissional e cotidiano no Brasil e no mundo. Centenas de profissionais, pesquisadores, estudantes, empresas, organizações não governamentais, gestores públicos e entidades tecnológicas investem dedicação, tempo e dinheiro na busca por soluções menos impactantes ao nosso meio ambiente. A novidade é que Santa Maria não foge à regra e que da boca do monte surgem iniciativas plausíveis e que não só em nada perdem para grandes centros urbanos, como também se mostram à frente de muitos deles.


Perigo à vista: Área de resíduos em chamas e criança próxima de lixo sem supervisão.
Créditos: Arquivo GR2
Refletir sobre os impactos da construção civil no meio ambiente e as formas de sustentabilidade capazes de minimizar danos é objetivo central de empresa local
A atitude responsável ambiental na construção civil é uma necessidade. Pesquisas universitárias e encontros de associações em prol da tecnologia espalhadas pelo Brasil e pelo mundo comprovam que refletir sobre os impactos na construção civil ajuda a conscientizar os usuários de edificações, como fabricantes, prestadores de serviço e consumidores, a optarem por alternativas que fortaleçam o tão em voga conceito de sustentabilidade.
De acordo com a GR2 Gestão de Resíduos, empresa privada especializada na gestão dos resíduos da construção civil, localizada em Santa Maria/RS, o segmento é reconhecido como uma das mais importantes atividades para o desenvolvimento econômico e social do país. O problema é a sua condição de grande gerador de impactos ambientais dado o grande consumo de matéria prima, a modificação da paisagem e a grande geração de resíduos.
Segundo a administração da empresa, a macroestrutura da indústria da construção civil faz com que cerca de 70% de todos os investimentos do país passem por essa cadeia. “É o setor que gera mais mão-de-obra com baixo custo e menos especializada”, afirma o Diretor Executivo da GR2 e Engenheiro Civil especializado em Segurança do Trabalho Ricardo Pippi Reis. A indústria da construção civil é, conforme o diretor, responsável por cerca de 15% da formação do Produto Interno Bruto. “É natural que ela seja, por isso, bem movimentada. Porém sua geração de resíduos necessita de tratamento correto, já que pode causar sérios danos se não tomados os devidos cuidados”, salienta ele.

Alternativa ecológica para a construção civil
De acordo com o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável, construir prédios econômicos do ponto de vista ambiental, edificações que utilizem água de forma racional, empreguem materiais ecologicamente corretos e, principalmente, minimizem a quantidade de resíduos lançados na natureza é mais do que uma necessidade nos dias de hoje. É um urgente desafio. “Um produto final tendo uma procedência ambientalmente correta torna-se imprescindível”, comenta o diretor Ricardo Reis.
Na voz da GR2
Frente ao delicado quadro ambiental que o mundo enfrenta, a GR2 aponta que no ano de 2002 foi estabelecida a Resolução nº. 307 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. Disciplinando as ações necessárias de forma a minimizar os impactos ambientais, sob pena de multas conseqüentes de leis federais, a resolução define, enquanto instrumento para a implementação da gestão dos resíduos da construção civil (RCC), o Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, a ser elaborado pelos Municípios e pelo Distrito Federal. Após o estabelecimento desta gestão dos resíduos da construção civil no Brasil, as prefeituras dos municípios, juntamente com suas secretarias municipais de proteção ambiental foram encarregadas de dar início a trabalhos e ações no que tange à conscientização de empresas responsáveis pela remoção dos RCC.
“Visto que os efeitos ainda não são os esperados, é de responsabilidade das prefeituras também definir quem é o pequeno e o grande gerador de resíduos e, a partir daí, definir suas funções. Quanto ao pequeno, sobretudo fazer política de conscientização e, dos grandes geradores cobrar a responsabilidade pela destinação dos resíduos”, complementa o também Diretor da GR2 e Engenheiro Civil, especialista em Gestão de Recursos Hídricos e Mestre em Gestão de Resíduos Sólidos Gilson Tadeu Amaral Piovezan Jr.
Os impactos não são somente ambientais
Percebendo que os resíduos continuavam sendo depositados em locais inadequados como margens de rios e beiras de estradas, os idealizadores da GR2 depararam-se com inúmeros problemas ambientais e de saúde pública. Uma Área de Transbordo e Triagem (ATT) associada a uma área de Reciclagem – uma das primeiras de destinação final dos resíduos da construção civil e licenciada pelos órgãos competentes –, para onde os resíduos são levados e podem ser separados, tratados e depositados até que possam ser reutilizados, é o seu diferencial.
Causando o menor dano possível ao ambiente, a então empresa privada vem cumprindo com excelência o seu papel ambiental e fomentando benefícios ao município como um todo. “Os impactos desta atividade não são apenas ambientais (produção de resíduos, emissão de poluentes na atmosfera, solo, água), mas também econômicos, de empreendedorismo (oportunidades de contribuir com a melhoria da distribuição de renda, incentivo à criação de novos negócios) e sociais (capacitação de mão-de-obra, inclusão social), entre outros aspectos”, ressalta Gilson Tadeu.
Do problema, a solução. Pela preservação do meio ambiente, a GR2
Conheça a solução ambiental para os resíduos da construção civil de Santa Maria
Com o constante fluxo de informações disponibilizadas pela mídia e com o advento da tecnologia da informação, a preocupação com o meio ambiente e com o desenvolvimento sustentável sempre apontam para a preocupação individual dos cidadãos que, empenhados pelo bem estar e qualidade de vida de seus filhos, netos e demais gerações futuras, devem tornar-se agentes da responsabilidade social.
Porém, como problema de todos, atualmente a preocupação ambiental é uma realidade das empresas modernas. O meio ambiente tornou-se tema de primeira ordem para empresários preocupados com o crescimento global e diferenciado que precisam contemplar na gestão de suas organizações. Felizmente esse pensamento está mais próximo da comunidade santamariense do que se imagina.
Atuando como gestora de uma Área de Transbordo e Triagem de Resíduos da Construção Civil (ATT) e associada a uma Área de Reciclagem, a GR2 ingressou no cenário local por meio de uma iniciativa que propôs o equilíbrio entre a teoria e a prática. Fruto de um estudo a nível de mestrado de um de seus diretores, a empresa privada, especializada na gestão de resíduos, nasceu nas cadeiras da Universidade Federal de Santa Maria e foi idealizada em 2004.
Estabelecida desde maio do ano corrente como facilitadora da administração municipal, a GR2 vem auxiliando a indústria da construção civil e aos municípios a consolidarem idéias de desenvolvimento sustentável, preservando os recursos naturais e evitando problemas ambientais que coloquem em risco a saúde pública e o equilíbrio do ambiente.
Gilson Tadeu, em entrevista, explica a conjuntura atual da indústria da construção civil e esclarece as soluções ambientais propostas pela GR2.
Créditos: Andrewes Pozeczek Kolternann.
(Da esq. p/dir.) Gilson Tadeu Amaral Piovezan Jr., Ronaldo Segala e Ricardo Pippi Reis são os responsáveis pela GR2.
Créditos: Andrewes Pozeczek Koltermann.Minimizar ao máximo: O investimento para gerações futuras
Empresa privada preocupada com a destinação de Resíduos da Construção Civil gera desenvolvimento e segurança
Solucionar e minimizar o impacto ambiental e ainda gerar renda para o município e para empresas privadas é o objetivo da GR2. Segundo informações do Engenheiro Civil especializado em Segurança do Trabalho Ricardo Pippi Reis, esse intuito está intimamente relacionado à educação ambiental e os benefícios são diversos. “Se nos dias atuais não contássemos com a GR2, vivenciaríamos uma situação de risco e de não conformidade governamental. O descarte inadequado, por exemplo, gera um ciclo de depredação. O assoreamento de rios, bem como o desaparecimento de espécies de peixes e uma série de outras problemáticas são as conseqüências. Por outro lado, a atitude ambiental da GR2 proporciona benefícios no que tange à localização estratégica e dimensionamento adequado de área compatível às particularidades de cada projeto para a correta destinação final desses resíduos”, aponta o engenheiro que salienta, ainda, o cuidadoso monitoramento, a funcionalidade e a operacionalização do processo implantado pela GR2.
Nesse sentido, não só quantidade, mas a qualidade dos resíduos da construção é destaque entre os resultados do trabalho desenvolvido pela empresa. “A iniciativa na cidade é nova e o investimento se dá em prol das gerações futuras. Por meio dos dados obtidos com toda a metodologia, hoje já é possível diagnosticar aquilo que pode ser utilizado, onde pode ser utilizado e como pode ser utilizado. Monitoramento e parceria com instituições de pesquisa são os carros chefes da idéia, bem como a formalidade de padrões legais, geração de emprego e renda são os ganhos locais”, enfatiza Gilson Tadeu Amaral Piovezan Jr., que com o mestrado em Gestão dos Resíduos da Construção Civil reconheceu a oportunidade de prover ao município soluções sustentáveis à, até então, crescente problemática da indústria da construção.
Figura tipologia dos resíduos
Legenda: Os resíduos provenientes da construção civil são separados em classes A, B, C e D.
GR2 Explica:
Os resíduos provenientes da construção civil são separados em classes A, B, C e D. Com o intuito de fomentar a responsabilidade ambiental, a empresa se ocupa de estudos, em parceria com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) para que a ATT produza, a partir do resíduo classe A, produtos reciclados para serem usados nos mais diversos tipos de materiais, como sub-base de estrada, argamassa, meio-fio e blocos de vedação, evitando, por conseguinte, a necessidade da extração destes materiais de jazidas.
Como exemplo de resíduos de construção civil temos o cascalho, tijolo, cerâmica, concreto e madeira, devendo ser bem distinguido de materiais como latas de tinta, pilhas, baterias e lixo orgânico, que necessitam de tratamento adequado. O transporte destes resíduos, em sua maioria é feito por empresas especializadas, popularmente conhecidas como “tele-entulho”, entretanto o destino final dos RCC é de responsabilidade do gerador.
Iniciativa: Ação em prol de um ambiente socialmente justo
Preservando os recursos naturais, de modo a garantir para as gerações futuras iguais condições de desenvolvimento e um ambiente socialmente justo, a GR2 é a primeira empresa privada do Rio Grande do Sul que contempla a montagem de um Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil. Com o intuito de minimizar ao máximo danos ambientais e, em parceria com transportadores, sindicatos da construção civil, promotorias públicas e prefeituras, um preparado e monitorado cuidado ambiental faz com que uma organização, da chegada ao tratamento e destino adequado dos resíduos, desencadeie uma atitude responsável.
Novidade: Em parceria com a empresa Cotrel GR2 inicia nova etapa com a instalação de um britador
Iniciando uma nova fase no seu projeto, a GR2 instala um britador. A etapa compreende a reutilização do resíduo classe “A” e fecha um ciclo do material que é utilizado na construção civil.
De acordo com a GR2, um exemplo de reutilização é o emprego do material aproveitado em bases de estradas, evitando a extração de material natural de jazidas. Esta fase se dá por meio de uma parceria entre a empresa e universidades como a UFSM. A busca de uma melhor reutilização com garantias sólidas de sucesso e disseminação de tecnologia é o objetivo.
A GR2 em busca de uma gestão diferenciada
Pouca experiência, resultados insatisfatórios, roubo e vandalismo são coisas do passado
Segundo a Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), n° 307, de julho de 2002, se considera que a gestão integrada de resíduos da construção civil deverá proporcionar benefícios de ordem social, econômica e ambiental. Nesse sentido, estabelecer diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil, disciplinando as ações necessárias de forma a minimizar os impactos ambientais, deixa de ser uma necessidade para tornar-se obrigação.
Conforme os diretores da GR2, o plano integrado do gerenciamento de resíduos fortalece o monitoramento contra crimes ambientais, desencadeia a formalidade e a aplicação de uma metodologia legal e, ainda, impossibilita danos sociais como o roubo e vandalismo oriundos da utilização errônea dos resíduos. Essa organização beneficia, também, a saúde pública que, de acordo com os responsáveis pela GR2, sai ganhando com a minimização de vetores transmissores de doenças como a leptospirose, por exemplo.
Dessa forma, os objetivos inicias da empresa como a conscientização dos agentes envolvidos no processo de geração de resíduos, o estabelecimento de um planejamento estratégico, a descentralização político-administrativa e o incentivo à iniciativa privada, tornam-se, gradativamente, uma realidade. “A situação de Santa Maria e a condição de braço de apoio da administração municipal não é só positiva, mas à frente de muitos grandes centros urbanos. De acordo com a avaliação da gestão dos RCC no Brasil, Belo Horizonte é o primeiro município acerca do aspecto de gestão diferenciada e dados os processos que Santa Maria vivencia, esse é o mesmo rumo da cidade”, conclui o diretor Gilson Tadeu.
Sem a GR2, O IMPACTO:
O descarte clandestino.
O descarte em locais de preservação ambiental e de drenagem urbana.
Os locais de descarte de resíduos transfomavam-se em locais atrativos de outros tipos de resíduos.
Com a GR2, O PROGRESSO
O resíduo triado e o tratamento adequado
O trabalho em prol do meio ambiente
Conscientização e capacitação: Servindo com qualidade
Diagnóstico da Gestão dos RCC: O trabalho de investigação é fundamental no cotidiano da GR2. Aspectos relacionados com a geração, manejo e locais de disposição final dos resíduos são investigados a fundo. E, a partir dos dados coletados, a empresa busca subsídios para o adequado estabelecimento da gestão dos RCC.
Gerenciamento Integrado dos RCC: A construção do Projeto de Gerenciamento Integrado dos Resíduos da Construção Civil é um processo obrigatório. Contudo, a construção do mesmo deve ser baseada em uma avaliação criteriosa para que o plano apresente garantias de ganhos sócio-ambientais aos munícipes.
Cursos, palestras e capacitação técnica: Por meio de cursos, a GR2 trabalha com a disseminação dos aspectos e normas técnicas que, conforme a legislação, norteiam o gerenciamento dos resíduos. Nesse contexto, palestras de capacitação técnica voltadas a empresas e colaboradores da construção civil também são destaques da GR2.

Curiosidades: O quê é o quê é?
Entulho: Todos os resíduos de obras e demolições que atualmente são denominados Resíduos da Construção Civil (RCC).
Responsáveis pela correta destinação dos RCC: Pessoas físicas ou jurídicas que gerarem resíduos são responsáveis pelo transporte e destinação final em área ambientalmente licenciada.
Transporte: Os RCC devem ser transportados por transportadores licenciados que têm a incumbência de coletá-los e leva-los a área ambientalmente licenciada.
O quê vai nas caçambas: O gerador só pode colocar nas caçambas dos transportadores resíduos como cascote, cascalho, tijolo, cerâmica, concreto e madeira. Lata de tinta, gesso, lâmpadas fluorescentes, pilhas, baterias, pneus, resíduos orgânicos e lixo doméstico devem ser evitados.
Fiscalização do transporte e do destino: Polícia Ambiental, IBAMA, FEPAM, Ministério Público Estadual e Secretaria Municipal de Proteção Ambiental.
- Atenção: Uma atitude ilegal acerca de qualquer um dos procedimentos acima desencadeia uma multa ambiental e, para essas, não há teto de valor de acordo com os órgãos competentes.